sexta-feira, 6 de novembro de 2015

POLÊMICA NO MUNDO PRÓSTATA


Há algum tempo existe essa polêmica a respeito do rastreio do câncer de próstata. Afinal, é válido fazer a detecção precoce? A primeira coisa que pensamos é... "Óbvio que vale! Detectamos precocemente, logo, trataremos precocemente e o paciente fica bem". No entanto, muitas autoridades médicas dizem que não vale, assim como muitas autoridades de mesma importância dizem que vale. 

É o seguinte, muitos acreditam que a maior parte dos tumores de próstata são indolentes, e não iriam causar mal algum durante a vida toda dos pacientes, desta forma, detectar precocemente e submeter os pacientes ao procedimento cirúrgico (prostectomia radical), levariam eles a ter problemas decorrentes da cirurgia (impotência sexual e/ou incontinência urinária) em troca de uma doença que poderia não causar nada. Por outro lado, se a detecção precoce for de formas agressivas, aí valeria a pena resolver o quanto antes.

 E agora? Estaríamos prejudicando de forma drástica a qualidade de vida dos pacientes em troca de uma doença indolente? Ou estaríamos salvando a vida deles? Pois é, não sabemos. A medicina continua nessa longa caminhada, talvez com a descoberta de um marcador sérico que mostrasse qual tumor seria mais agressivo ou qual seria indolente, fosse o grande exame para indicar o rastreio, ou seria talvez a melhor forma de rastreio! Enfim, seguimos acompanhando a ciência ou quem sabe nos motivando a fazer ciência, e quem sabe um de nós mesmos poderia quebrar esse galho pra humanidade, enfim. Ah, e então, como ficaram as recomendações no fim das contas? Um tema polêmico de opiniões dividas, certamente, trouxe recomendações distintas, então vamos lá...

1) O INCA (Instituto Nacional do Câncer) em seu último documento sobre esse tema em 2013, disse mais ou menos assim: "rastreio não é bacana, parece estar levando a mais dano do que benefício, por isso, não se deve realizar programa de rastreio em pacientes que são assintomáticos."

Por outro lado...

2) A SBU (Sociedade Brasileira de Urologia), que é a mais ouvida em nosso país, disse (também em 2013) assim: "pera aí, pera aí, não é assim, precisa existir os programas de detecção precoce sim, a gente não vai fazer o mesmo tratamento para todos, vamos individualizar, se vai precisar operar mesmo ou não. Mas agora o rastreio começa aos 50 anos, para população de maior risco (negros e quem teve casos na família) começa aos 45 anos."

É claro que estas instituições não falaram com esse palavriado, a gente adaptou pra facilitar, e lembrando que quando falamos em rastreio é exame do toque e os níveis de PSA (Antígeno prostático específico).

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